terça-feira, fevereiro 28, 2012

Quebrando paradigmas - minha primeira tatuagem


Já faz tempo que eu estava namorando fazer uma tatuagem. Na verdade, duas. E já tinha até os desenhos e os locais do corpo onde eu faria. Mas duas coisas estavam me "pegando": o preço e a dor. Desde que cheguei em São Paulo, não sei exatamente porque, comecei a pensar nisso mais a sério. Um dia comentei com o meu pai que estava pensando em fazer uma e a resposta dele foi: não sei porque ainda não fez.

É engraçado como tatuagens provocam reações diferentes em pessoas diferentes. Eu sempre estranhei pessoas com muitas delas. Sabe quando fecham os braços, as pernas, as costas? Eu confesso que ainda hoje acho estranho. Mas se não é assim acho super natural. Já meu marido não gosta, acha estranho e está se acostumando com a minha. Quando eu disse que faria uma das crianças disse que não achava legal, que não gostaria de saber que a mãe dele tem uma tatuagem dele. Minha resposta? O corpo é meu e quem decide sou eu. Se no futuro eles não gostarem, vão ter que fazer muita terapia até entenderem isso...rs

Quando uma colega de trabalho fez uma tatuagem, eu fui perguntar a ela sobre preços e tal, gostei tanto que peguei o contato do tatuador. Me enchi de coragem e marquei. Até sentar na cadeira eu estava super confiante. Quando ele ligou a maquininha... juro que pensei em ir embora! hahahaha Mas já estava lá, não é? Vamos em frente!

O desenho escolhido para inaugurar minhas tatoos foi o símbolo do escotismo do mar, uma âncora com uma flor de lis (símbolo do escotismo) por cima (a imagem está logo ali embaixo), no tornozelo direito. Para mim este símbolo tem todo o sentido do mundo. Eu brinco dizendo que coloquei do lado de fora algo que já estava gravado há tempos do lado de dentro, no coração. Primeiro, porque além de fazer parte do Movimento Escoteiro desde os meus 14 anos, eu sou completamente apaixonada pelo que ele ensina, pelo modo que isso é feito, pela estimulação da independência, do aprender fazendo. Tá, vou parar por aqui, porque o post é sobre a tatuagem e não sobre o Escotismo.
Esse foi o desenho que usei como base
 Enfim, voltando ao assunto, a parte da modalidade mar pra mim é tão importante quanto a do escotismo. Quem acompanha o blog sabe que sou velejadora há muitos anos, desde pequena, que meu pai inclusive mora em um barco. Acho que nunca comentei aqui, mas conheci o escotismo por causa da vela. Eu fazia um curso no Clube Naval de Brasília e tinha uma turma de escoteiros fazendo também. Movida pela curiosidade, fui perguntar e eles me convidaram a ir conhecer o grupo. Me lembro que, quando adolescente, nas aulas chatas, eu ficava rabiscando esse símbolo no caderno.

Olha, até consegui tirar foto enquanto era tatuada. Até que nem sou tão medrosa assim.
A maior parte das pessoas me perguntou se dói. E olha, dói sim. Mas eu também não fui muito esperta. Ao invés de escolher um desenho simples ou de fazer só o contorno sombreado, sem as cores, eu fui escolher um desenho cheio de detalhes e colorido. O resultado é que na maior parte do tempo a dor é suportável, mas na hora dos detalhes eu sofri. Mas no fim das contas aguentei bem, mesmo tendo levado uma hora e meia pra fazer. E o mais importante de tudo é que eu não me arrependo nem um pouquinho. No começo estranhei um bocado o jeito que ficou, as cores e tal, não estava gostando muito. Mas agora que está cicatrizando está ficando cada vez mais bonita, do jeito que eu queria.

Sem colorir também ia ficar legal. Quase que eu deixei assim :)
Daqui a algum tempo vou fazer outra, em homenagem aos meus pequenos, nas costas. Mas ainda vai demorar um pouco, preciso tomar coragem novamente...hehehehe

2 horas depois ela estava assim

36 horas depois estava assim. Relevem a perna marcada, fiquei em cima da toalha!
E agora minha perna virou ponto turístico, as crianças ficam o tempo todo querendo tirar fotos com ela. Teve até comentário da Alice: "mamãe tem tatuagem coteio [escoteiro]. Qui liiiiiiiindo, mamãe!! Qué tamém!"


 
Para finalizar esse post, uma foto tirada pelo Vítor. Então relevem tudo (minhas banhas e tal), porque foto tirada pelo meu filho é sempre uma obra de arte (qual mãe não acha isso dos filhos? hahahaha)

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Viagem a Búzios - parte II

Bem, vamos ao segundo post da série, não é? Eu imagino que vocês estejam morrendo de curiosidade para saber o que foi que houve com o barco do meu pai. A princípio eu entendi que ele tinha ficado preso em uma rede de pesca mal sinalizada, mas não foi isso que aconteceu. Ele encontrou 3 redes de pesca imensas, bem sinalizadas, mas imensas e teve que desviar. Cada rede de pesca era tão grande que eles levavam cerca de 20 minutos para encontrar o final. Aí, quando retomavam o rumo, dava uns 10 minutos, eles encontravam outra. Para vocês entenderem melhor, eu fiz um desenho fajuto:

Eu não sei desenhar, nem a mão nem no comuputador. Please, continuem me amando.
Enfim, as coisas no mar não são como em terra, que basta você desviar e pronto. Essa brincadeira aí atrasou a viagem deles em 4 horas. E como lá não pegava celular, ficamos todos sem saber o que tinha acontecido.

Bem, mas aí vamos para os dias da viagem propriamente dita. Ou seja, os dias em que curtimos Búzios e o Alphorria. Já falei como foi o primeiro dia, mais estressante, porém bem aproveitado. No segundo dia de manhã tomei café bem cedo, fechei a conta na pousada e me mandei de mala e cuia (quase literalmente, sem cuia) para o barco. Ainda não sabíamos bem como ficariam as coisas, meu pai tinha que resolver mil coisas se fossemos sair para Angra, então passamos o dia pela cidade, procurando previsões metereológicas e coisas para abastecer o barco.

Logo tivemos nossa má notícia: estava vindo uma frente fria forte, não poderíamos sair com o barco antes de domingo. Como na segunda eu teria que trabalhar, foram por água abaixo os planos de levar o barco. Então, já que estávamos lá mesmo, bora curtir meu pai, a praia e o Alphorria, não é verdade?

Vítor ficou louco com esse castelão

O rapaz foi super atencioso, ensinou a ele como fazer um também.
Posso dizer um monte de coisas boas dessa viagem, mesmo com chuva (é, depois do primeiro dia o tempo ficou super feio). Mas algumas merecem destaque: 

- Descansar. Eu andava precisando desesperadamente de um descanso. Lá não tinha casa pra arrumar, crianças pra cuidar, mil trabalhos pra fazer. Eu podia ficar deitada lendo por horas e horas sem me preocupar com mais nada.

- Despreocupar com o Vítor. Primeiro porque ele andava morrendo de saudades do avô e vice versa. Então eles se grudavam e isso era ótimo. Segundo porque o Vítor andava muito desobediente, teimoso e respondão nas últimas semanas antes da viagem e meu pai deu várias duras nele. Aliás, ele sempre me dizia: deixa o Vítor comigo, não precisa se preocupar. Claro que meu lado mãe falava mais alto as vezes, não consigo ver meu filho fazendo uma coisa errada e não dar bronca. Mas até que consegui desencanar e deixar essa parte com ele.

- Comer e dormir no barco. Eu adoro fazer isso, de verdade! Até lavar a louça se torna uma atividade mais prazeirosa, acreditem. Aliás, quando cheguei em casa e fui usar a minha pia, fui direto com o pezinho onde ficaria o pedal que a gente usa no barco para fazer a água sair! kkkk

Hummm, tão bom!

Meu pai comandando a cozinha

Antes da minha passagem pela cozinha...

..e o depois. Lá até lavar louça é bom!


De resto, eu nem me lembro mais o que fiz em cada dia. Em alguns ficamos no barco o dia inteiro, só saindo para jantar na cidade e dar uma voltinha de noite, em outro fomos dar uma volta de barco em uma praia próxima (muito engraçado ver o pessoal pagando para fazer este passeio de escuna e a gente lá, com a nossa "casa"), em outro eu e Vítor saimos com o botinho do barco e demos uma remadinha ao redor...

Vítor ficava brincando de remar com o botinho amarrado no barco,enquanto eu lia (e tomava conta dele, claro...rs)
Os três mosqueteiros, ops, navegadores!

Ensinando o que é e para que serve uma carta náutica.
 Enfim, foram dias deliciosos! E depois vou escrever um post desmistificando o velejar. Porque quando eu falo que vou para um veleiro as pessoas acham que é muito chique e de chique não tem nada! Eu adoro, poderia morar num barco, mas acho que está mais para acampar do que para chique...rs

Nem tudo é moleza, olha aí nosso meio de transporte entre a terra e o Alphorria
Vovô aproveitando para ensinar o jeito certo de remar.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Viagem a Búzios - parte I

Eu sei que estou devendo aqui um post sobre a nossa viagem a Búzios, mas as últimas semanas foram mais corridas do que tudo! Eu tenho feito tanta, tanta coisa, que as vezes até eu mesma duvido que fiz tudo isso...rs


Mas não vim aqui só pra me justificar não, vim cumprir a promessa. Vamos lá? Senta que lá vem história! Ah, vai ter que ser em duas partes, porque o primeiro dos cinco dias foi uma história a parte!

Acho que vocês já sabem que meu pai mora (ou pelo menos deveria morar) em um veleiro, que ele estava em Ilhéus e que precisava ser trazido até Angra. E que eu e Vítor combinamos de "ajudar" no percurso, entre Búzios e Angra.

Na sala de espera da 1001 na Rodoviária do Tietê

Bem, eu e Vítor pegamos um ônibus aqui em Sampa de noite e chegamos ao Rio de madrugada. E outro de lá pra Búzios. Dormimos a maior parte da viagem, então foi bem tranquilo. Quando chegamos em Búzios, meu pai deveria estar na rodoviária, mas não estava. Como ele tinha me dito que algo poderia acontecer e ele atrasar, nem me preocupei: olhei no google maps do celular qual era a distância até o Iate Clube e peguei um táxi (olhei a distância que era pra não ser enganada, sei lá).

Nascer do sol na Ponte Rio Niterói
Chegando lá me apresentei ao administrador do Iate Clube e expliquei que estava esperando um veleiro vindo de Vitória. Ele foi super prestativo e arrumou um lugar para colocarmos as nossas coisas, porque o barco realmente não tinha chegado ainda. Fomos tomar café em uma rua próxima e tiramos umas fotos, claro. O dia estava lindo!!

No Iate Clube

Com o "porto" ao fundo.
Voltamos ao Iate e nada do Alphorria chegar (Alphorria é o nome do barco). Aí falei pro Vítor: "aqui não é banco, a gente não precisa esperar sentado. O dia tá lindo, vamos é pra praia!!" E nos mandamos! Achamos uma mulher que aluga cadeiras e guarda sol e ficamos lá, aproveitando o dia. A praia era de frente pro Iate, então dava pra ver se o barco chegasse.

Curtindo a Praia dos Ossos.
Lá pelas 13 horas cansamos de ficar no mesmo lugar e fomos bater perna por outras praias próximas. Conhecemos a Azeda e a Azedinha. Vale dizer que era uma quarta-feira e estava tudo lotado!!

Olha só que lindo! A primeira aqui é a Azeda, a lá do final é a Azedinha.

Olha como estava lotada em plena quarta!
Depois de toda essa caminhada, voltamos ao clube. E nada do Alphorria chegar. Já eram 15 horas e eu comecei a achar estranho. Então fui checar e descobri que o rádio do clube estava quebrado, mas eu podia ir até uma marina que fica logo ao lado pra tentar falar com eles. Fomos, tentamos e nada. Só que o rádio da marina só alcançava a baía dali, então era muito provável que não chegasse até o rádio do Alphorria mesmo.

Bem, então vamos almoçar, não é? Me indicaram uns bons restaurantes e lá fomos nós. No caminho passamos por uma praça muito legal com um laguinho atrás.

Olha que legal essas estátuas de crianças!

Vítor fuxicando o que o menino estava lendo.

Eu e as duas "crianças".

Vítor na lagoa dos ossos
"Agora você, mamãe!"
No caminho até o restaurante eu já fui parando em algumas pousadas e perguntando se tinha vaga, qual era o preço e tal. Porque o meu medo era que ele não chegasse nesse mesmo dia, ou chegasse de madrugada e eu fazia o quê? Porque no Iate Clube não tem alojamento...

Minha irmã ligou para o Iate Clube de Vitória e pediu que eles chamassem pelo rádio também, só que como provavelmente eles já tinham cruzado o Cabo de São Tomé, não ia alcançar também. Então almoçamos e voltamos para o Iate Clube. O detalhe mais importante é que essa viagem aconteceu no final do mês, aquela época em que todos nós estamos sempre "zerados", não é verdade? Então eu estava com o dinheiro contado, fui sem me preocupar porque no barco a gente gasta super pouco. E as pousadas estavam uma verdadeira fortuna por lá! Mas liguei pro meu marido e pedi pra ele dar um jeitinho.Pegamos nossas coisas e fomos pra pousada. Tomamos um belo banho, deitamos um pouco e assistimos tv. Depois saimos para passear por Búzios e jantar. 

Durante nossa caminhada, aconteceu um diálogo interessante. Mais cedo o Vítor tinha me perguntado se estava preocupada e eu disse que sim, mas que essas coisas realmente podem acontecer e que provavelmente nada grave tinha acontecido. E que ia esperar pra realmente me preocupar. Aí no meio dessa caminhada ele me perguntou: quando que você vai realmente se preocupar? E eu respondi : a partir do meio dia de amanhã (aí seriam 48 horas que eles tinha saído de Vítória). Então ele pergunta: o que você vai fazer? E eu: acho que procurar a Capitania dos Portos...

Na verdade eu realmente não estava preocupadissima, mas estava um pouco sim. Pra não repassar isso ao Vítor, eu ficava conversando com minhas amigas divas de um grupo que faço parte no Facebook, desabafando e elas me dando apoio. Umas lindas.(Em tempo: MUITO OBRIGADA, meninas!!)

Eu tentando tirar fotos noturnas do cais



No meio do caminho para o centro da cidade achamos um lindo cais e resolvemos entrar. Sentamos bem no finzinho e ficamos olhando as estrelas, procurando as Três Marias e o Cruzeiro do Sul. E eis que meu telefone toca e quem é??? Meu pai!!! Atendi feliz da vida, ele me explicou o motivo do atraso e disse que em 2 horas estariam chegando.

Então ficamos fazendo hora até que ele chegasse, conseguimos ainda comer uma pizza com ele antes de irmos dormir. 

Olha só o estado de cansaço do menino. Olhos vermelhissimos.

O teto lindo do restaurante onde comemos pizza.

Olha a alegria da criaturinha quando finalmente encontrou o avô.
Eu dormi na pousada mesmo, que já era uma da manhã e eu não ia cruzar a cidade de novo com uma sacola de viagem nas costas e remar em botinho pra dormir no barco. Já tinha "morrido" na grana da pousada mesmo, então bora aproveitar! Vítor nem quis me ouvir e foi de mala e cuia com o avô, tive uma noite de solteira...dormindo! hahahaha

Bem, esse foi um resumo (é verdade, foi resumo) do nosso primeiro dia de viagem em Búzios. No próximo post eu conto o resto! :)

P.S.: Eu não esqueci de contar o motivo do atraso do Alphorria não. É que esse post já está tão grande que ninguém ia chegar ao final se eu ainda acrescentasse mais isso. Fica pro próximo post também.

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Entre Panelas e Relógios - primeira receita


Vamos começar uma nova seção aqui no blog? E eu estou falando no plural porque, para esta seção ganhar vida, eu vou precisar da ajuda de vocês. Deixa eu explicar melhor:

Vocês sabem que eu trabalho o dia todo e que preicso chegar em casa correndo pra receber as crianças e, nesse meio tempo, fazer algo para elas comerem (e o marido de quebra). Eu tenho uns vinte minutos sem elas pra adiantar tudo e um pouquinho mais depois, mas com elas, o que não é a mesma coisa. Então eu preciso de pratos REALMENTE rápidos. Com o tempo eu acabei tendo uma lista de receitas bem práticas, mas não dá pra fazer sempre as mesmas coisas, né? Aí entra a participação de vocês: tenho certeza de que cada uma das leitoras desse blog tem AQUELA receita especial, a que faz quando está correndo e com muita pressa.

Vou logo avisando que algumas das minhas receitas não são muito nutritivas, daquelas "completas", sabe? Mas é que as crianças se alimentam muito bem durante o dia e na maior parte da semana, então um diazinho comendo nuggets, por exemplo, não vai matar ninguém.

Para estreiar a seção eu vou contar aqui o meu curinga, que me salva muitas vezes nessa correria sem fim. Vocês sabem aquele "tempero" pra frando assado? Eu já vi de duas marcas, da Knorr (Meu Frango Assado) e da Maggi (Receitas Mágicas). Eu reparei que alguns sites testaram os dois e apontaram diferenças aqui e ali, mas desculpe, no meus parcos conhecimentos culinários o resultado foi exatamente o mesmo.

Bem, mas a coisa funciona do seguinte jeito: você pega o frango (eu gosto de fazer com coxinha da asa), coloca dentro do saquinho que vem no pacote, joga o temperinho, fecha o saquinho, coloca em uma assadeira e põe no forno. Eu deixo aproximadamente uma hora e pronto. Se estou com muita pressa, faço macarrão para acompanhar. Se tem um tempinho a mais, faço arroz e feijão. Aliás, tenho uma dica de feijão também! Mas isso vai ficar pra outro post!