quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Foi ele que começou, mãe! (ou dicas de como minimizar as brigas entre irmãos)

Estou de volta às postagens regulares! Casa nova, cidade nova, caixas quase todas desfeitas, bora voltar a postar! E vou falar de um problema que todas as mães de mais de um tem: briga entre irmãos. Principalmente nas férias, quando eles ficam um loooooongo tempo juntos.

Eu tenho cá minhas táticas, mas como eles passaram um ano estudando em turnos diferentes acho que perderam o hábito de ficar juntos. Some=se a isso 10 dias na casa da vovó tentando ver quem chama a atenção, já viu! Então eu corri para a minha biblioteca particular e resgatei um livro que tenho há algum tempo, o "Foi ele que começou, mãe!", da autora Sacha Baveystock. Mas estava precisando relembrar o que li lá atrás e buscar novas alternativas. E claro que vim dividir com vocês algumas coisas que achei bem interessantes. Vamos lá? (essa é a parte 1)



- Não se esqueça de que bebês e crianças pequenas também sabem bater e isso exige uma atitude imediata dos pais. Assim que os pequenos passam a ter compreensão de que algo é certo ou errado, é preciso associar as atitudes erradas com alguma consequência significativa. As vezes, apenas o tom de voz e uma repreensão dura são suficientes, mas em outras é necessário colocá-la de castigo pelo tempo correspondente à idade dela;

- A autora diz que, de acordo com suas consultas a especialistas, a diferença de idade entre os filhos não interfere muito na quantidade de brigas. A idade afeta a maneira com que a criança mostra as dificuldades e como ela reage em relação à necessidade que sente da presença da mãe (os menores querendo atenção, os maiores se comportando mal, etc);

- Não se culpe achando que se tivesse um filho só poderia dar mais atenção a ele e evitar brigas. A autora conta que crianças que possuem irmãos aprendem muito umas com as outras e compartilham tudo, desde a atenção dos pais até os brinquedos. Enfrentando as dificuldades da vida familiar elas aprendem a negociar e a assumir compromissos. E crescem sabendo que não são o centro do universo, o que é muito saudável.

- Entenda que não dá para fazer tudo igual para todos sempre. E que sempre alguém irá te acusar de ser injusta, acostume-se. Tente explicar a eles que todos terão as mesmas coisas, mas cada um a seu tempo (mesmo que eles não entendam imediatamente)

- Antes de desprezar imediatamente o "isso não é justo", tente identificar de que tipo de justiça o seu filho está falando. As vezes uma boa conversa ajuda a esclarecer as coisas e essa sensação dele pode diminuir;

- Não se intimide pelo senso de justiça dos seus filhos. É muito saudável que eles entendam que não se pode sempre ter uma coisa só porque o outro têm, mesmo que esse outro seja o seu irmão. Ou seja, se um filho precisa de um tênis novo e o outro não, você não precisa comprar para os dois. Temos a tendência a fazer das tripas coração para mantê-los satisfeitos, mas é bom para as crianças que nem sempre a gente dê a elas tudo que querem, só porque querem. Uma lição muito importante que elas devem aprender é a da alternância: uma vez um, outra vez o outro, não é igual o tempo todo;

- Sabe aquele filho que está numa fase impossível e que te tira a paciência o tempo inteiro? As vezes a gente acaba elegendo o outro como "favorito", mesmo inconscientemente e temporariamente. Só que quando deixamos transparecer esse favoritismo, o mau comportamento dele só irá ser reforçado. Quando mais difícil uma criança for, de mais atenção positiva ela precisa para que entenda que está recebendo a mesma atenção que seu irmão aparentemente "dócil", que pode estar recebendo as coisas com mais facilidade só por não estar dando tanto trabalho.Esse senso de injustiça é motivo de muitas brigas entre os irmãos, então fique atenta!

- As crianças costumam avaliar muito a quantidade de tempo que você passa com elas individualmente e em conjunto com as outras. Uma dica é separar um tempo para passar com todos e com cada um, fazendo o que eles quiserem fazer. Na verdade, esse é o segredo: deixar com que eles escolham o que querem fazer com você: um jogo, ler um livro ou que apenas o observe brincar. Parece difícil, com tantas coisas que temos para fazer, mas 10 a 15 minutos por dia já é suficiente. Para facilitar, procure planejar com antecedência o que será feito. E deixe sua atenção toda para ele nesse momento, sem fazer outras tarefas, atender outros filhos ou mexer no celular;

- O fato dos irmãos serem competitivos e briguentos não significa que eles não se gostam. Na verdade, brigam muito porque se conhecem muito bem. Os amigos podem virar as costas se você os provocar demais, os irmãos estão presos uns aos outros, não importa o que aconteça. Brigar não é uma coisa inteiramente ruim, considerando que a vida é um negócio um tanto competitivo e que o conflito entre os irmãos ajuda as crianças a experimentar seu espaço no mundo. Aqueles que aprendem em casa a lidar com situações de conflito terão mais prática em se defender, além de melhores chances de enfrentar desavenças e tensões no mundo exterior;

- Se uma criança em particular está sempre começando uma briga, esse pode ser um sinal de que ela precisa de mais atenção ou de que alguma coisa está acontecendo fora de casa e ela precisa de sua ajuda. Será preciso também "proteger a vítima" e mostrar claramente à criança agressora que ela precisa encontrar outras maneiras de lidar com sentimentos difíceis que não sejam bater ou atormentar o irmão. Também é necessário ter cuidado para que "socar o irmãozinho" não se transforme em um passe automático para conseguir a total atenção dos pais;

- Os filhos imitam os pais. Se você costuma gritar com eles, o mais provável é que eles gritem uns com os outros, especialmente se você berrar para que eles parem de brigar. Se você bate em seus filhos será difícil para eles compreender por que não podem bater nos irmãos, principalmente se são pequenos e não têm vocabulário para expressar emoções complexas;

- As vezes brigar é apenas algo para fazer: o tédio pode ser uma boa razão , como qualquer outroa, para ir implicar com o irmão e começar uma briga. As crianças estão sempre procurando testar e ultrapassar os limites, é divertido golpear o irmão com um pano de prato, mas, opa, o troço atinge seu olho. Parte dessas desavenças pode ser evitada mantendo as crianças ocupadas ou lembrando-as de que precisam continuar o que deveriam estar fazendo;

Semana que vem eu trago mais dicas, na parte 2 deste post!

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