segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Coragem? Não, sobrevivência

(Antes de começar, um parenteses. Hoje seria dia de post da dieta coletiva. Acontece que com esse furacão que está a minha vida, continua tudo na mesma: estou mantendo a alimentação light, mas não consigo fazer os exercícios. E meu peso continua exatamente o mesmo, depois que perdi aqueles 2,5 kg, não emagreci mais, nem engordei também. Então não vou entediar vocês com a falta de novidades)

Pra ilustrar o post vamos de Coragem, o cão covarde. É a minha dicotomia!
Na nossa família temos uma pessoa que trabalha conosco há muitos anos. A Rosa foi babá da minha irmã, depois passou a ser diarista 3 vezes por semana, depois só uma. Quando saí de casa ela foi trabalhar na minha também, quando meus pais se separaram ela acrescentou mais uma casa à sua lista semanal, hoje ela faz faxina na casa de todos nós, menos na minha que é muito longe pra ela, mas vem em ocasiões especiais.

Semana passada foi uma dessas ocasiões, ela veio passar roupa pra mim, que estava sem faxineira (porque a minha resolveu desaparecer. De novo). E num certo momento, a Rosa virou pra mim e falou: "Tati, você é muito corajosa de se mudar pra São Paulo. Eu não teria essa coragem". Eu pensei por uns segundos e respondi: "Não, Rosa. Não é questão de ter ou não coragem. É questão de sobrevivência".

E essa é a mais pura verdade. Ou nos mudávamos para São Paulo ou continuaríamos afundando nessa lama que se tornou nossa vida aqui. Não é preciso coragem pra fazer uma mudança como essa: é preciso fechar os olhos e meter a cara. Não estou dizendo que tem que fazer as coisas sem pensar, não é isso. Estamos com tudo bem planejado. Mas se ficar pensando demais, não faz.

Se eu estou com medo? Claro que estou com medo. Só que se eu parar pra pensar nisso, vou ficar apavorada! Então eu não me dou tempo de parar pra pensar, só planejo e faço. Ainda assim, fico me sentindo mal com algumas coisas, culpadas com outras.

Como com o Vítor, por exemplo. No começo ele não queria ir. Vai ficar longe da avó, da dinda, do avô. Reclamou que ia ficar sem os amigos (e eu: "Que amigos? Você nem tem amigos!" Ao que ele respondeu: "Os da colônia de férias" kkkkkk). Mas falei pra ele dos passeios muito legais que a gente vai poder fazer lá, falei que é pertinho da praia, muito mais perto de Juiz de Fora (casa da minha avó) e ele já está todo animado.

Mas o problema não é esse. O problema é que as coisas aconteceram todas de uma vez e fora do nosso controle. Num mundo perfeito e ideal, teríamos nos mudado em janeiro e ele já começaria o ano na nova escola. Acontece que meu mundo pode ser tudo, menos perfeito e ideal, então ele vai estudar um mês aqui e começar na nova escola. Só que temos mais um detalhe: como a escola do ano passado não tem segundo ano, ele JÁ ESTÁ começando numa nova escola. Ou seja: vai ter que se adaptar à uma nova escola duas vezes. Eu sei que ele é bem esperto e vai passar por isso numa boa. Mas e eu? E minha culpa?? rs

Isso não quer dizer que eu também não esteja animada e feliz. São coisas completamente diferentes. Meu novo trabalho é maravilhoso e instigante, o Gustavo também está animado com as possibilidades, estou recebendo MUITO apoio das amigas lá de Sampa, isso é MUITO legal.

Enfim, estou tendo que trabalhar, mais do que nunca, as minhas facetas de Onça e Gata, como falei nesse post aqui na Rede Mulher & Mãe. Batalho um bocadinho aqui, me aconchego um bocadinho ali. E assim as coisas vão acontecendo.

11 comentários:

Unknown disse...

Ah, Tati, eu acho que é coragem sim também! Por que não??
É uma oportunidade ótima, com certeza vai dar tudo certo!
E pode ter certeza que tem o apoio e vai ter a companhia de mais uma mãe de Sampa! hehe
Beijos!

Unknown disse...

Tati,

Essa "coragem" é vontade de mudar, e só pessoas fortes têm essa coragem!

@raquelapenas disse...

É Tati eu fiz exatamente o inverso. Morava em SP quando fiquei grávida do meu Nicolas, a situação financeira não era das melhores, e pensei nas inúmeras dificuldades de se criar um pequeno em SP sem carro, sem convênio e com família um pouco distante. Eu e meu marido resolvemos q viríamos pro SUL, tocar nosso negócio, trabalhando em casa e cuidando dele mais de perto. Estamos levando aos trancos e barrancos, mas a satisfação e alegria de poder ver ele crescer juntinho da gente, vale o esforço! Pode ser q um dia voltemos pra Sampa q é minha terra querida (vc será mto bem acolhida lá, pode ter certeza) rs. Mas por enquanto ficamos aqui curtindo a vida no interior, as vaquinhas passando na rua, os passarinhos cantando de manhã, e volta e meia um sapo ou qq outro bicho andando pelo quintal rss

Vai dar tudo certo querida. As mudanças as vezes vem para o BEM.

BeijooooO
@raquelapenas

... disse...

Oi querida, tô com a Quel e não abro, será muito bem acolhida aqui em São Paulo, estou entrando na fase dos medos também....quero muito ter outro filho, mas e financeiramente, como fica??? tenho trabalho fixo... que não ganho lá essas coisas mas dá pra gente ir tocando bem, meu marido trabalha e ainda tem um bico... pra nós três dá para se dar ao luxo de algumas coisas, mas como seria com 4??? queria que me confortasse deste medo também...
bjs
ah e quando estiver em SP vamos combinar de nos encontrarmos..
Kiki

http://kikinomundodivertido.blogspot.com

Unknown disse...

Também falei sobre isso num post sobre ser corajosa. Não somos corajosas, mas ao nos depararmos com determinadas situações, simplesmente as enfrentamos, até por não ter outra alternativa. Não se culpe, teu filho é esperto e vai se sair bem dessa mudança toda, sem falar que grandes mudanças nos instigam e movimentam toda a nossa vida, por fora e também por dentro. Tudo vai dar certo!

Vocês ainda são jovens também, ainda tem muito gás para essa mvimentação toda, para recomeçar e ter emprego na mão (e bom) e amigos já feitos ajuda muito.

Beijos

Claudiene Finotti disse...

Oi Tati!

Quando eu morava em uma cidade e trabalhava em outra, com 204kms separando as duas, só ia para casa nos finais de semana, enfrentava BR à noite, chuva, frio, riscos, etc, e todo mundo me achava corajosa. Eu que sei... sei as vezes que dirigi com olhos cheios de lágrimas, perdia o sono pensando nas duas casas e na trabalheira q isso dava.

Quando resolvemos deixar nossa casa e mudar definitivamente para onde eu moro e trabalho, foi preciso muito mais coragem, mas como vc, ou era isso ou afundar em dívidas com viagens, dupla moradia, etc...

Não era o que eu queria, todos os dias penso em ir embora, mas é o que tenho agora e tenho que agradecer e enfrentar.

Bjo grande e desejo que seus caminhos sejam floridos e felizes nessa escolha!

Clau

Kelly Resende disse...

Oi Tati, acho que não deixa de ser coragem também. Uma vez eu tive que deixar tudo pra trás aqui em Brasilia e partir pro Amazonas, foi bem complicado, mas posso dizer que valeu a pena.
Te desejo toda a felicidade e sorte do mundo nessa nova fase de vida.
Abraços

Naiara Krauspenhar disse...

É sobrevivencia sim, mas é coragem também...
Porque muita gente opta pela "lama" pela incapacidade de enfrentar uma situação dessas.
Então sinta-se corajosa sim. Porque você é.
BJoooooooooo

Dani Brito disse...

Tati, são as duas coisas juntas! Tem gente que mesmo afundando na lama, não tem coragem de arriscar...
Saí de Fortaleza pra Manaus, qdo o marido passou num concurso. A Bia tinha 3 anos. Foi uma mudança drástica, pra um lugar onde não conhecíamos ninguém. Moramos um ano lá e não nos adaptamos com o clima e nos mudamos de novo. Dessa vez pra Floripa, em busca de qualidade de vida. Mais uma vez, sem conhecer ninguém e começando a vida do zero. (minha família mora no nordeste!) Tendo que comprar tudo de novo...do fogão ao colchão.
Pq nem da primeira vez, nem da segunda, tínhamos grana pra pagar transportadora.
Tudo em busca da felicidade, tudo em busca de uma qualidade de vida....
E, olha, vale a pena!

@raquelapenas disse...

Thaty querida eu levei os meus em gaiolas especiais pra bichinhos, eles foram no caminhão mesmo, comprei aquelas tamanho família, meu cachorro foi em uma e os meus 6 gatos em outra. Antes disso vacinei todos e tirei atestado de saúde, com direito a carteirinha e tudo. rsrs, Caso a polícia rodoviária nos parasse, estava tudo em dia. Embora todos fossem saudáveis e castrados é sempre bom ter esses docs. A gente parava de 3 em 3 horas mais ou menos, por causa deles e por causa de mim tbm. Mas os bichanos estavam tão assustados q nem beber água, beberam. Agora pro Nenê tudo era festa, ele saia, fazia xixi, corria, e de quebra ainda comia uma carne das churrascarias q parávamos huauaa. Boa sorte na viagem.

Atelier da Kátia disse...

Muito bonito seu blog. Meus parabéns! Já virei seguidora.
Aproveite e visite o meu:

http://atelierdakatia.blogspot.com

Abraços
Kátia.