segunda-feira, maio 19, 2014

Meu filho de 7 anos adora brócolis! - post com participação especial

Sabe aquelas amizades que a gente tem na infância e adolescência e leva para a vida toda? Que podem passar anos e anos sem se ver e quando se reencontra parece que nada mudou? Pois é assim com a Ana Carolina Figueiró Longo, ou apenas Carol. Fomos amigas na adolescência, no mesmo Grupo Escoteiro, na mesma patrulha. E agora nos reencontramos, já adultas e mães. Ela começou a acompanhar o blog e topou compartilhar conosco uma situação que viveu com o filho, de dificuldade com alimentação (aliás, problema enfrentado por um montão de mães, inclusive eu). Mas vamos parar de bla bla bla e ir direto ao texto dela, que é o que interessa! :)

Meu filho de 7 anos adora brócolis!
Ana Carolina Figueiró Longo

... e couve, espinafre, beterraba, abobrinha e continua experimentando todas as novas verduras que apresento, sem cara feia, sem reclamação, ao contrário, achando tudo gostoso demais.

Adoro poder repetir isso, porque há muito pouco tempo atrás as coisas não eram assim. A hora da refeição era sempre um suplício, às vezes nem hambúrguer com batata frita ele comia. O jantar era sempre acompanhado de muitas lágrimas e uma mãe desesperada: “come, meu filho!”

Tudo isso não poderia levar para outra situação que não um déficit nutricional significativo, que apareceu no exame de sangue pedido pela pediatra. Além de carência de vitaminas importantes para o seu crescimento, meu filho tinha uma anemia severa e muito pouco cálcio.

Foi então que decidimos começar um projeto que levou quase 6 meses para atingir o resultado de hoje. Deu um pouco de trabalho, mas nada me dá mais alegria do que ver ele pedindo para repetir a salada antes de começar a comer a proteína e o carboidrato.

A tarefa era fazer com que meu filho incluísse verduras no cardápio diário, sem cara feia.

A primeira coisa que fiz, então, foi começar a disfarçar as verduras nos pratos que ele normalmente comia. Então o bolo levava abobrinha italiana na massa, o feijão era sempre cozido com beterraba, as panquecas levavam banana ou maça. E fui inventando receitas nas quais pudessem constar verduras, ainda que ele não percebesse. 

Além disso, alguns pratos começaram a ganhar nomes criativos. O suco de couve passou a ser o suco do Ben 10, a vitamina de frutas pela manhã era Milk shake, igual da lanchonete. E eu ia caprichando na decoração. Comprei copos diferentes e canudinhos coloridos, incluía flocos de arroz para dar um ar divertido para o arroz, mas esses eram chamados de formiguinhas.

Aos poucos, então, fui contando o que tinha em cada prato: “filho, sabe aquele bolo que você comeu? pois é, ele era feito com batata doce” e apresentava a verdura crua para ele conhecer.

Na outra ponta da história, eu sempre o levava ao mercado para fazer as compras das verduras, ainda que isso levasse o dobro ou o triplo do tempo que levaria se eu estivesse só.

Começamos um grande jogo de verduras/aventuras. Ele tinha missões dentro do mercado: encontrar a couve, pegar 5 laranjas, localizar o gengibre, e eu ia aumentando o grau de dificuldade, precisava diferenciar espinafre do alface....

Ele ia se divertindo pegando as verduras. O pessoal do mercado morria de rir daquele menino que saia correndo pelos corredores: “me ajuda a achar a beterraba?”

Aos poucos ele começou a pedir para eu levá-lo ao mercado e queria sempre fazer essa brincadeira. Sem ele perceber, as verduras passaram a fazer parte do espaço lúdico da sua infância.

Dia após dia, as verduras que estavam disfarçadas começaram a aparecer. O arroz passou a ser feito com cenoura, a carne era misturada à vagem.... meu filho começou a percebe que aquelas frutas e verduras que ele brincava de descobrir no mercado, podiam aparecer no seu prato e que deixavam tudo mais colorido e divertido.

Não houve dúvida, na última vez que fomos às compras, ele entrou no mercado correndo: “mãe, compra couve, compra! por favor, compra couve!!” Isso não podia me deixar tão feliz.

Foi preciso criar uma atmosfera propícia para que a alimentação dele ficasse mais saudável, e não houvesse tanto sofrimento na hora de comer, mas todas as atitudes foram recompensadas com a constatação que ele come super bem, com todos os nutrientes que ele precisa para crescer com saúde.
O jogo para incluir frutas e verduras no dia-a-dia foi fundamental para que ele percebesse a importância de ingeri-los, fez com que a salada se fizesse presente nas suas brincadeiras e, para aparecerem no prato foi uma tranquilidade!

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