segunda-feira, maio 03, 2010

A Saga da Pneumonia - parte II


Levei quase 15 dias pra fazer a segunda parte do post. Mas sei que vocês vão me perdoar, porque de lá pra cá aconteceu mais uma pá de coisas. Mas isso fica pra outro post.

Aqueles dias de internação foram uns dos mais difíceis da minha vida. No começo, eu achava que ia sair logo. Com o tempo e a conversa com outras mães, vi que ia ficar pelo menos uma semana, no mínimo. E nos primeiros dias eu sofria, porque a Alice chorava de dor e eu chorava junto. Trocamos de quarto 3 vezes. Foi o lado bom: amizades boas que fiz, que me ajudaram a suportar esses dias tão difíceis.

Não sei o que foi pior. Alice doida pra arrancar a sonda de oxigênio e a sonda do soro. Nada de cama pra dormir, apenas uma cadeira reclinável e levemente acolchoada. Noites quase que inteiramente em claro, pois quando não eram as enfermeiras entrando de duas em duas horas e acendendo a luz, era a Alice ou outro bebê chorando. Foi duro.

Muitas pessoas "brigaram" comigo, porque eu não pedi ajuda nesse período. Eu simplesmente não tinha o que pedir. Ninguém podia ajudar, infelizmente, não tinha nada que pudesse ser feito além de rezar. Tudo o que podia ser feito, foi. Não foi fácil esperar que cada uma das coisas acontecesse, mas era o que podíamos fazer.

Eu queria dizer: no terceiro dia ela... Mas vai ser mentira, porque o tempo que você fica num hospital não corre como os dias aqui fora. Então eu não sei que dia foi. Só sei que ela começou a ficar mais alegre, mais animada. Ao invés de querer arrancar o soro, ela começou a olhar com interesse pra ele e querer colocar na boca. Tiramos a sonda de oxigêncio para tomar banho e a enfermeira aproveitou pra testar a oxigenação. Bingo, tava boa! Menos um tubinho na menina. E mais alegria, sono melhor.


Na noite do sábado pro domingo ela estava assanhadíssima. Cada vez que acendiam a luz, era como se tivesse amanhecido o dia. Até fez amizade com o fofo do Heitor, do berço do lado. E faziam a maior festa enquanto as mamães estavam caindo de sono, doidas pra dormir. No meio da madrugada, colocamos os dois num berço só pra assistir Bebê Mais no notebook, porque a gente não aguentava mais tanta folia.

Nesses dias todos eu fiquei internada com ela. Porque eu ficava 24 horas lá, sem parar. Pra não dizer que não sai nem uma vezinha, num dia lá eu fiquei duas horas com o Vítor e aproveitei pra tomar banho na minha casa. Enquanto isso, minha mãe ficou lá com a Alice - e ela estranhando a vovó, ai ai. Num outro dia fui tomar banho na casa da minha mãe e lanchei no shopping, não aguentava mais comer as mesmas coisas todos os dias.

Faltou dizer que nesse meio tempo, Vítor também ficou doente, com febre e dor de garganta. Então não foi pra escola nenhum dia. E antes que pensem, não foi emocional. Inflamou garganta e ouvido mesmo, brabo. Graças a Deus não precisou tomar antibiótico nem internar, senão eu ia surtar, juro que ia. Dá pra imaginar o tamanico do meu coração estando com uma doente lá dentro e sabendo que tinha outro doente lá fora e não podia fazer nada?

Enfim tivemos alta, no domingo cedo. E eu fui pra casa na maior alegria do mundo. Deixei a Alice com o pai e dormir por 4 horas, um alívio. Agora é bola pra frente!

5 comentários:

heloiza disse...

Menina... a gente vê que encontra forças para suportar td, né?
Deus te abençoou e vai abençoar sempre!

Nosso carinhos ( meu e da minha família) e nossa eterna amizade. Fica com Deus!

Margaret disse...

O importante foi que voce soube enfrentar tudo com uma garra que só uma mãe sabe ter. E nessas horas voce tira forças de onde nao tem.
E mais importante ainda é que Alice e Vitor ja estão bons. Dando trabalho porque é de praxe, mas com a saude otima.
beijo grande pros 3.

Lia Sergia Marcondes disse...

Eu sei exatamente o que você passou. Eu tenho um irmão 14 anos mais novo, e quando ele era bebê ajudei a cuidar. Eis que com 2 anos ele teve uma pneumonia bem séria e passou 13 dias internado (inclusive o Natal, recebendo alta no dia 31/12). Foi um sufoco daqueles e foi de partir o coração ver todo o sofrimento dele lá. Hj tá aí grandão, saudável e já vai fazer 15 anos o moleque. hehehe

Graças Deus tudo isso acabou, Alice e Vitor estão bem e vocês estão em casa. Abração na família inteira!

Andréa Peixoto disse...

Minha amiga, é isso aí. Deus nos dá a maternidade para sermos mulheres mais fortes mesmo. Bola pra frente, porque são pequenos e vão precisar de muito, mas muito mais noites de sono [...]. Um beijo enorme pra você! Uma semana abençoada.

Anônimo disse...

a melhor parte de ler isso agora, é saber que é passado
foi uma fase ruim..mas vc e ela sueraram juntas ♥