quinta-feira, outubro 21, 2010

Vínculo entre mãe e filho


Eu sou suspeita pra falar de vínculo entre mães e filhos. Porque eu acredito que vínculo até pode ser criado, mas muitas vezes "vem de fábrica". Cada filho é um filho e a gente se relaciona com cada um de um modo. Amar a gente ama do mesmo jeito, mas o vínculo pode ser inexplicável, "de outra vida", ou criado.

Eu fui mãe solteira do Vítor. Tive um apoio tremendo dos meus pais, mas sempre é uma barra enfrentar o primeiro filho desta maneira. Mas o Vítor sempre colaborou, sempre facilitou as coisas pro meu lado. O vínculo que tenho com ele não tem explicação, é como se nós nos conhecessemos de muitas e muitas vidas. Sempre fomos muito unidos, desde a gravidez. Até hoje ele é um companheiro sem igual. Se eu disser que vou a pé até a lua, ele vai comigo, pode ter certeza. E se tem uma coisa da qual eu estou certa é de que, aconteça o que acontecer, eu nunca vou estar sozinha. Porque posso não ter mais ninguém ao meu lado, mas o Vítor estará. Como eu tenho certeza disso? Não sei, apenas tenho.

O Vítor tem muitos ídolos e gosta muito de muitas pessoas, como minha mãe - eles são apaixonadissimos um pelo outro, meu pai - que foi o pai dele por muito tempo, e o meu marido - que é o verdadeiro pai, aquele que cria, né? Mas a mamãe aqui tá sempre no topo da lista. E falo isso sem modéstia e com muita alegria. E com um pouco de medo também, porque sei que ele se espelha muito em mim pra tudo, então eu preciso sempre andar na linha. Se eu ando muito irritada, pode contar que logo logo ele começa a dar trabalho também, bravo e irritado, imitando até meus gestos e jeito de falar.

Uma vez fomos a um almoço beneficente num lar de idosos e ele quis saber o que era isso. Eu expliquei. E ele virou pra mim e disse: mas mãe, as famílias deles não vêm visitar? E eu disse que alguns vinham, outros não. E ele, num misto de decepção e de braveza: eles não sabem que vão ficar velhos um dia também? E meu peito se encheu de orgulho, né? rs

Não é que eu não ame a Alice, nem que eu não tenha orgulho dela assim. Eu e Alice nos amamos e somos bem grudadas. Acontece que com ela o vínculo foi criado, não "nasceu pronto" como o do Vítor. Sem contar que o vínculo dela é mais forte com o pai. Ela ama o pai de graça, com uma força tremenda. Não pode vê-lo, nem de longe, que não sossega e não para de berrar enquanto ele não a pega no colo. É com ele que ela dorme melhor e come melhor. Assim como eu e Vítor, um vínculo inexplicável. E a coisa mais linda de se ver.

Seja lá como for, eu não tenho como negar: sou outra pessoa depois que tive filhos. Meus objetivos mudaram, meu modo de viver mudou, tudo mudou. E eles podem dar o trabalho que for, me deixarem quase louca com os desafios que me apresentam e eu sou obrigada a me virar do avesso pra vencer. Eu os amo incondicionalmente. E cada dia mais e mais. E se Deus me desse condições pra isso, eu teria pelo menos mais um, de preferência adotado. Porque meu coração tem amor demais pra eles, não vai faltar não.



8 comentários:

Geovana Centeno disse...

Oi querida adorei a tua historia assim como voc~e tambem tenho um casal tambem, o meu vinculo é maior com o Caio, por ele ser mais velho, e mais carinhoso comigo, e estar sempre grudadinho comigo hehehe, nós conheçemos bem, ja a Mariana ainda é muito novinha, temos um vinculo tambem, ela é super agarrada comigo, mas o Caio é maior...adorei o teu post, lindo demais!
beijocas Geovana

http://jogaucha.blogspot.com/

Unknown disse...

às vezes é assim mesmo, naturalmente. As meninas se apegam mais ao pai e os meninos à mãe. Por isso mesmo só queria ter meninos, mas Deus me deu 4 meninas! Aprendo todos os dias com isso, sei que o vínculo que tenho com elas é único, mas tenho ciúmes do amor delas pelo pai e da adoração que sentem por ele.

Lindo post, amei.

Beijos

Angélica manhães disse...

Ai que lindo! acho muito lindo quando um menino tem vínculo assim com a mãe, costumam ser homens mais maduros e amorosos. Meu marido é assim com a mãe dele e diferente da maioria dos ogros, quer dizer, homens rsrs

Vanessa e Enzo disse...

Lindo o seu vínculo com o Vítor e lindo o vínculo da Alice com o pai! Inteligente a sua forma de enxergar, entender, respeitar e descrever com tanta clareza essas diferentes formas de ligação de seus filhos. Como sempre, belíssimo post!
Bjks

Anônimo disse...

Definitivamente nos tornamos outra pessoa depois dos filhos
E que vínculo
Lindos dias flor
Feliz aniversário e que Deus a abençoe sempre
bjus

Ligiane disse...

Ai, Tati. Quando leio o que escreve sobre seu vínculo com o Vítor, me espelho na relação de vocês. Ele transparece, pelos seus relatos, o companheirinho da mamãe. Seu defensor, seu escudeiro fiel. Que mãe não morreria de orgulho?
Tarefa árdua para sua futura nora, ser alguém à altura do grande modelo de mulher que és para ele...

Sua relação com a Alice é diferente. Apenas diferente, não é mesmo? E acredito em ligação de almas. Ah, como acredito! Alguns filhos vem para resgatarmos relações (eu creio), aprendermos, outros para ensinarmos, nos apoiarmos mutuamente. E hoje olho a foto dela e vejo que está muito parecida com o pai. Vai ver a relação deles é o que Vítor e vc tem. Vai saber :o)

Você é uma mãezona, com toda certeza.

Um feliz aniversário, querida. Toda luz deste mundo para ti.

Beijo grande.

Adriana Alencar disse...

Eu sinto isto também, os vínculos são diferentes com cada filho. O meu primeiro foi muito esperado, tudo era novo, então a ligação é intensa. Já o segundo veio no susto, mas ele é mais exigente do que o mais velho, então cria o vínculo por conta própria, pois é ele quem me procura, ao contrário do irmão.
Bj
Adri

Faça a Festa: sua festa com a sua cara! disse...

Que lindo... sabe que tb sinto esta ligação com meu Miguel?! Parece que vem de longe...

vcs estão lindos!

Abraços!