 |
O dia em que adotamos o Sirius, foto tirada na feira |
É, amigos. Infelizmente, hoje de manhã o meu pequeno Sirius Black nos deu adeus. Agradeço a todos vocês que leram e comentaram. Aqui, no twitter e no facebook. A força de vocês foi essencial pra que eu tivesse ânimo pra aguentar todo o processo. Porque a gente sabe que dá conta, mas fraqueja e as vezes duvida se vai conseguir mesmo. Mas se temos amigos como vocês, a gente busca força do fim do mundo pra continuar. Eu tenho até vergonha porque não consegui responder um por um, principalmente no twitter. Mas foi tudo tão conturbado hoje que realmente não deu. Vou contar o que aconteceu.
Ontem a noite consegui que a ONG que fez a adoção pra gente, ficasse com o Sirius pra fazer o tratamento dele. Porque nesses dois dias gastei mais de R$ 500,00 com ele, só Deus sabe quanto mais ainda iria gastar. E eu realmente não tenho de onde tirar esse dinheiro, não é má vontade. Quem acompanhou nossa trajetória sabe que ainda estamos engatinhando no nosso recomeço, ainda estamos vivendo totalmente sem luxos. Mas estamos felizes por poder recomeçar.
 |
Foto mal tirada de webcam, eu e ele acompanhando o facebook :) |
Mas voltando ao assunto, conseguimos o tratamento. Só que teria que levá-lo de manhã, mas no fim da noite (depois que publiquei o post) ele voltou a piorar. Teve mais episódios de epilepsia, voltou a não se alimentar, voltou a ficar fraco e hipotermico. Resultado: precisei interná-lo num hospital veterinário 24 horas. E lá a veterinária foi muito clara: não sabia se ele resistiria a aquela noite. Saímos de lá muito tristes e, pela primeira vez, a ficha do Vítor caiu. Ele chorava e dizia: mãe, meu amigo vai morrer? Dá pra imaginar meu coração como ficou? Pois é...
Chegando em casa conversei muito com ele. Expliquei que o Sirius estava sofrendo muito, que as vezes era melhor ele descansar do que ficar passando pelo que estava passando. Que se ele morresse, ele iria pro céu dos cachorros, que era um lugar muito legal pros cachorrinhos, super divertido. E o Gustavo ajudou dizendo que, como nenhum cachorro é mau, todos vão pro céu e que lá tem tudo o que eles mais gostam. (Aliás, a Calu me mandou uma história linda, a do arco-íris,
leiam aqui)
 |
Você resistiria a esse olhar pidão? :) |
Hoje pela manhã eu iria levá-lo para a clínica indicada pela ONG. Então, liguei para o hospital e avisei que iria buscá-lo. No início da madrugada eu tinha falado com a veterinária, que tinha me avisado que o exame de sangue tinha indicado que ele estava profundamente anêmico, que talvez precisasse de transfusão e que tinham encontrado um vírus, não se sabia qual. Mas que ele estava estável, apesar de "caidinho". Ao chegar lá me avisaram que ele tinha apresentado vários episódios de epilepsia, mas que os medicamentos tinham estabilizado a situação. E que estava preparado para ir comigo.
Entrei na salinha, ele estava deitadinho na gaiola. Falei com ele e logo depois a veterinária diz: opa, ele está ficando com a respiração muito fraquinha! E logo depois: ele parou de respirar! Aí fizeram ressuscitação cardíaca e respiratória, por um tempo que eu não sei dizer qual foi. Pra mim foi uma eternidade! Fui pra um canto, chorando silenciosamente, pra não ficar no caminho e não atrapalhar o trabalho deles.
Enfim ele retornou. E ela me disse: ele voltou, mas provavelmente vai parar de novo. Eu posso fazer esse procedimento, mas você precisa me dizer até quando você quer que eu faça. Aí eu pedi pra que ela não fizesse novamente. Na verdade, eu queria ter parado da primeira vez, mas não quis interferir no trabalho dela. Acho isso tão invasivo, demais! Ele estava cansado, debilitado, precisando descansar! Não queria que ele sofresse mais! Eu disse a ela que não gostaria que fizessem isso nem comigo, não queria que fizessem com ele também. E perguntei se eu poderia me despedir dele. Ela mais do que prontamente me deixou a sós com meu pequeno pretinho.
Eu falei pra ele: "Oi meu amor, mamãe tá aqui. Você foi um amigo maravilhoso, um companheiro maravilhoso pra gente. Te amamos muito. Agora você pode descansar, que está tudo bem, eu estou aqui do seu lado. Descansa que a mamãe tá aqui". E ele morreu...
Isso aconteceu há mais de 7 horas eu ainda choro ao escrever. Porque eu tenho a nítida impressão de que ele estava me esperando...
 |
Lindo demais, sem comentários! |
O Vítor ainda não sabe. Deixei pra contar quando ele chegasse da escola, achei melhor assim. Sei que ele vai chorar, vai ficar triste, mas vai superar. Crianças têm uma capacidade maravilhosa de superar essas coisas. Também sei que ele precisa aprender a lidar com esse tipo de coisa, faz parte da vida. Mas eu sou mãe, né gente? Sou de carne e osso, mas tenho coração e sentimentos. Só de pensar na hora de contar isso pra ele eu já me arrepio toda. Eu sei que vou me sair bem, mas mesmo assim gostaria de nunca ter que fazer isso.
Mais uma vez muito obrigada por toda a força que vocês me deram. Parece algo tão simples, um cachorrinho que morreu. Mas esses bichinhos entram na nossa vida de uma forma inexplicável, alteram nossas rotinas, aquecem nossos corações. Principalmente pra quem, como eu, era a principal responsável por ele. E vocês foram de uma compreensão inimaginável! Muito obrigada!
Depois que passar o meu luto eu vou sim procurar um novo amigo pra gente. Mas agora, por causa da suspeita do vírus (que pode ser de cinomose), teremos que procurar um mais velho. Aliás, acho até melhor, pois estará menos vulnerável e mais resistente. Mas esse é um próximo passo, pra um futuro. Não muito distante, mas futuro...