No post anterior eu coloquei vários pontos de vista meu como prólogo. Se você não leu, peço que leia antes de ler este aqui.
Comentei que meu comentário causou um certo furor no twitter. Eu disse que não aguento mulher tão dependente do marido que, se ele morrer, ela é enterrada junto porque não consegue respirar sozinha. E o mesmo sobre maridos dependentes. E disse também que, pra mim, casamento é companheirismo, é outra coisa.
O que falei não tem nada a ver com amor. Não falei de maridos e mulheres tão apaixonados um pelo outro que não conseguem viver um sem o outro. Não falei de maridos e mulheres que fazem coisas um pelo outro para agradar. Falei de dependência mesmo.
Daquele tipo de mulher que o filho faz algo errado e ela diz: quando seu pai chegar em casa você vai ver. E espera o marido chegar para que ele eduque a criança. Daquele tipo de marido que não sabe fritar um ovo e que se a mulher não faz comida pra ele fica resmungando e sai batendo a porta. É desse tipo de coisa que eu quero falar.
Eu não estava falando da mulher que não sabe dirigir (ou que sabe e não gosta), ou do marido que não sabe pregar um botão. Eu estava falando da mulher que não sabe dirigir e não vai a lugar algum se o marido não a levar e que depois fica dizendo: eu não fui, porque o fulano não me levou... E do marido que não sabe pregar botão (ou sabe e não quer fazer) e fica reclamando que não pode usar a camisa porque a fulana não consertou. Enfim, daqueles que nem tomam uma decisão sozinhos, mesmo quando é necessário e urgente. Aqueles que não conseguem respirar sem que o outro diga: respire!!
Casamento para mim é companheirismo. É uma troca de experiências e tarefas. Boas e ruins. É também ter momentos individuais e depois poder compartilhá-los. É fazer agrados, sem obrigação e dependência. E antes que venham jogar pedra em mim sobre meu casamento ou minhas reclamações (vulgo chororô), já digo logo: não, eu não tenho o casamento perfeito e precisamos caminhar MUITO para que cheguemos perto do ideal. Mas isso não invalida em nada o que eu estou dizendo. Porque eu continuo crendo no que estou dizendo aqui. (E trabalho diariamente para que isso faça parte da minha realidade da maneira que eu gostaria que fosse).
Tenho tentado ensinar ao Vítor essa minha visão. Ele tem apenas seis anos (e meio, não esqueça de dizer, mamãe - diria ele), mas já teve diversas "aulas domésticas" sobre participação e companheirismo. Não interessa se temos empregada e/ou faxineira. Ele aprendeu a lavar suas louças. Se ele faz todo dia? Não e nem precisa. Mas ele precisa saber fazer e fazer quando for necessário. Do mesmo modo ele sabe arrumar o quarto dele, fazer pequenas refeições (o suficiente para não morrer de fome em caso de necessidade - sanduíches por exemplo), cuidar de suas coisas - roupas, brinquedos e etc. Além disso eu sempre falo para ele que precisará compartilhar as tarefas, seja do lar ou do local onde ele estiver, ser proativo e se oferecer para ajudar sempre.
Se ele faz tudo perfeitamente? É claro que não, ele é apenas uma criança pequena. Mas a semente está lançada e, com a repetição, ele vai aprender, se não tudo, pelo menos uma parte. Eu já tenho visto alguns pequenos (mas bons) resultados, principalmente com a irmã. Por falar nisso, Alice entrará no esquema assim que tiver idade suficiente. Assim como meu pai dizia, quero criar meus filhos para que sejam independentes. E assim como o Movimento Escoteiro, eu também quero oferecer à sociedade jovens preparados para a vida.
E pra não dizer que isso tudo é demagogia, preciso dizer que sinto muita falta do Gustavo ter tido esse tipo de educação para a vida. Assim como muitas pessoas por aí, os pais dele também achavam que bastava colocar na escola e dizer que é preciso trabalhar. Pronto, está resolvido, o menino está educado. Ninguém nunca sentou ao lado dele para explicar que ele precisava participar e ser companheiro. Que não podia sentar e ficar esperando que sua esposa viesse pedir a ele que fizesse as coisas, que ele deveria estar atento às necessidades de seu lar e sua família, para dividir com ela as responsabilidades. Não me entendam mal, ele é uma excelente pessoa. Apenas não foi preparado para a vida não-profissional. Mas tem disposição para mudar isso, mesmo que isso nos custe alguns arranca-rabos. E verdade seja dita, muito já mudou de lá pra cá. E isso é o que importa.

O que falei não tem nada a ver com amor. Não falei de maridos e mulheres tão apaixonados um pelo outro que não conseguem viver um sem o outro. Não falei de maridos e mulheres que fazem coisas um pelo outro para agradar. Falei de dependência mesmo.
Daquele tipo de mulher que o filho faz algo errado e ela diz: quando seu pai chegar em casa você vai ver. E espera o marido chegar para que ele eduque a criança. Daquele tipo de marido que não sabe fritar um ovo e que se a mulher não faz comida pra ele fica resmungando e sai batendo a porta. É desse tipo de coisa que eu quero falar.

Casamento para mim é companheirismo. É uma troca de experiências e tarefas. Boas e ruins. É também ter momentos individuais e depois poder compartilhá-los. É fazer agrados, sem obrigação e dependência. E antes que venham jogar pedra em mim sobre meu casamento ou minhas reclamações (vulgo chororô), já digo logo: não, eu não tenho o casamento perfeito e precisamos caminhar MUITO para que cheguemos perto do ideal. Mas isso não invalida em nada o que eu estou dizendo. Porque eu continuo crendo no que estou dizendo aqui. (E trabalho diariamente para que isso faça parte da minha realidade da maneira que eu gostaria que fosse).

Se ele faz tudo perfeitamente? É claro que não, ele é apenas uma criança pequena. Mas a semente está lançada e, com a repetição, ele vai aprender, se não tudo, pelo menos uma parte. Eu já tenho visto alguns pequenos (mas bons) resultados, principalmente com a irmã. Por falar nisso, Alice entrará no esquema assim que tiver idade suficiente. Assim como meu pai dizia, quero criar meus filhos para que sejam independentes. E assim como o Movimento Escoteiro, eu também quero oferecer à sociedade jovens preparados para a vida.
E pra não dizer que isso tudo é demagogia, preciso dizer que sinto muita falta do Gustavo ter tido esse tipo de educação para a vida. Assim como muitas pessoas por aí, os pais dele também achavam que bastava colocar na escola e dizer que é preciso trabalhar. Pronto, está resolvido, o menino está educado. Ninguém nunca sentou ao lado dele para explicar que ele precisava participar e ser companheiro. Que não podia sentar e ficar esperando que sua esposa viesse pedir a ele que fizesse as coisas, que ele deveria estar atento às necessidades de seu lar e sua família, para dividir com ela as responsabilidades. Não me entendam mal, ele é uma excelente pessoa. Apenas não foi preparado para a vida não-profissional. Mas tem disposição para mudar isso, mesmo que isso nos custe alguns arranca-rabos. E verdade seja dita, muito já mudou de lá pra cá. E isso é o que importa.
11 comentários:
Concordo com você em gênero, número e grau. Eu sou de certa forma dependente do meu marido, pois não tenho nenhuma renda e ele me sustenta e as crianças também, além do mais não sei dirigir e o carro é dele para o trabalho. Mas isso não me deixa imóvel. Tento respeitar a nossa situação que é difícil e não criar despesas extras, como taxi por exemplo, mas se precisar ou quiser muito sair, dou o meu jeito. Ando a pé carregando todas as crianças se for necessário. Sempre disse pra ele que não me sinto dependente dele, se eu me aborrecer ao ponto de achar que devo me separar dele, junto minhas trouxas e saio de casa, se precisar deixar minhas filhas pra trás por não ter condições de sustentá-las, deixo. Visito todos os dias se me for permitido e faço tudo por elas, mas não vou me prender a um casamento falido por dependencia do marido. É claro que nem passa pela minha cabeça deixar dele, eu o amo e sei que sou correspondida, mas eu saber que sou capaz de viver sem ele e principalmente ele saber disso também nos dá a liberdade para nos corrigirmos daquilo que nos incomoda um no outro e não ficar simplesmente aceitando tudo. Meu marido é capaz de cuidar da casa, dos filhos e de si mesmo melhor do que eu, mas foi criado por uma mãe que dá tudo nas mãos do marido e isso é um paradoxo inexplicável para mim. Ela só falta dar comida na boca do velho, que se vira bem sem ela, mas se aproveita das regalias. Mas eles são de outra geração, não mudam mais. A nossa geração e as demais é que não podem se comportar assim.
Parabéns pela coragem. Dizer o que se pensa assim em público, expor-se à incompreensão e à burrice alheia deveria ser normal, mas já que não é, louvo à tua atitude.
Bjs
Amiga, quase 1h da matina e eu tô exausta... Só pra variar, adorei seus posts. (...) depois comento tudo... passei aqui só pra dizer que eu achei o máximo ser sua top comentarista número 1... Nunca que eu imaginava isso! Amei! Só que agora estou com um problema, terei de mentar mais para não sofrer alteração nenhuma na minha colocação... (risos) Beijos!
*comentar
Adorei Tati,
Eu concordo muito com seu ponto de vista de companheirismo...mas não compreendo uma dependência excessiva.
Eu amo meu marido demais, mas temos nossos espaços, gostos diferentes, e buscamos fazer coisas sozinhos as vezes...entendo que isso é necessário para que não sejamos sufocados!
Recentemente uma amiga minha "perdeu" o marido pro Crack, digo que perdeu, pq ele saiu de casa, não quis saber de tratamento, fugiu das clinicas que foi internado e sumiu no mundo...e ela, formada, com uma excelente profissão, desde q casou abdicou da vida própria...hj ela está com um filho de 10 anos, um de 1 ano, tentando recomeçar, ainda bem que tem ao seu lado pessoas boas que estão buscando ajuda-la, afinal não é fácil, a 11 anos ela não fazia nada sozinha, absolutamente nada...dependia do marido pra tudo...mas nunca é tarde pra abrir os olhos e aprendermos...eu torço pra que ela consigo ter uma vida "normal" logo, pois vejo q não é nada fácil!
E vendo o que acontece ao nosso redor vamos tendo a certeza de como é importante termos nossas vidas, nosso espaço!
Ixi...escrevi uma carta...desculpe....
Bjs e parabéns
Tathy,
o doido que vestiu a carapuça deve ser dependente!
Vc tá certíssima!
Eu sinto falta de ter sido educada pra vida sabe?
Um exemplo é a cozinha. Não cozinho, não pq eu não queira, mas pq minha mãe tem TOC e a cozinha é dela! Entrar e explorar _ e fazer bagunça? - jamais!
Companheirismo? Ixi... Fui uma criança que não podia ir pra rua por causa das más influências - ótima preocupação - mas em casa ficava sozinha pq não tinha quem conversasse comigo. Como foi seu dia? Ham? Isso não existia! Talvez por isso as vzs eu me preocupe só cmg mesma sem pensar nos outros. Não é por mal... mas sempre fui só eu!
Talvez por isso tb eu queira ser perfeita - mesmo sabendo que as vzs eu não vou ser - na educação do Enzo! E acho que a preparação - desde o comecinho cm tá fazendo com o Vítor - é fundamental, pq depois... são eles que sofrem, em algum momento a vida vai cobrar! E ser dependente não é legal!
Ah... deixando bem claro que não cuspo no prato que como, minha mãe é uma grande avó e me ensinou a ser uma mãe bem melhor do que ela foi (oi? vendo lado positivo em tudo? É isso! hahaha)
Vc colocou um ponto certíssimo aí dssa polêmica: vc está criando seu filho para não ser dependente.
E penso que a geração de nossos filhos será independente nesses sentidos, exatamente pq vários de nossa geração não recebeu essa educação para o que vc bem colocou que é a vida não-profissional.
Eu passei isso com o pai de minha filha e at´hoje, para ajustes em relação a criação dela, tenho q dizer a ele o óbvio e o que fazer.
Estou passando agora com o atual, que definitivamente só sabe ser um excelente profissional, mas gabunça de montão a nossa vida por não ter percepção das coisas a volta dele. E se não tiver disposição eu vou sim dar um the end e tocar em frente.... pq eu detesto ter que tdo dia dizer o básico e óbvio. É como mandá-lo fazer número dois, mesmo eles estando com vontade. Até minha filha de 2 anos e oito já se vira sozinha em diversas coisas e de tão independente as vezes o conflito vem, afinal a idade é pouca, mas a independência é muita.
Adorei o blog.
Beijos.
Com certeza casamento é cumplicidade e companheirismo, costumo dizer que casamento é como uma empresa e que quando não tem trabalho em equipe nada dá certo.
Tenho penado aqui desde que casei, com a falta de ajuda e tal, mas aos poucos com diálogo estamos tentando, confesso que não é nada fácil, mas relações não são fáceis, aliás todas elas, precisam de paciência e troca....doação... sempre algum tem que ceder mais.
Mas aqui eu não espero...peço ajuda quando não me viro e por ai vai;;;assim vamos tocando o barco
Adorei seu post...
Linda noite
Acho que foi má interpretação e são coisas distintas (fiquei meio perdida no texto tb,rs).
Eu mesma de dei RT quando vc disse: "Odeio mulher que depende de tudo do marido. Se o marido morrer, ela morre junto...".
Porque realmente, ODEIO gente dependente, que não sabe resolver nada sozinha e e etc.
Mas aí quando as pessoas começaram a comentar seu tweet, me toquei: ei, meu marido faz tudo pra mim!
Não dirijo, não cozinho, não faço nada! Ele faz tudo!
Sou dependendente (e com orgulho!)
A diferença está na questão que : eu tenho meu salário, minha independencia, meus amigos. Não dirijo, mas qdo tenho que resolver coisas meto as caras no ônibus c/ bebe no sling e tudo, não cozinho, mas peço comida no restaurante, enfim...
A dinâmica aqui de casa é: o Heitor adora me mimar, me poupar de resolver coisas chatas, me buscar e me levar e eu amo "depender" (por opção minha) dele,sabe?
Minha mãe não me preparou pra essa independencia não. E hoje eu agradeço ela por isso. Porque eu não nasci pra isso, definitivamente. Nunca quis ser aquela mulher faz tudo que resolve tudo sozinha. Quero mesmo é homem que faça tudo pra mim e acho que isso não é falta de companheirismo
Acho que quando a coisa fica chata,tipo escravo x dono ou sei lá, querer isso a força ou à custas de brigas, sim é hora de repensar. Mas se a dinâmica tá rolando e ambos estão felizes com os papéis desempenhados, beleza.
Enfim, fiquei confusa, rs...
Tati,
eu acompanhei a polemica toda. e o grande problema é esse mesmo. Cada um veste a carapuça e quer defender o seu com os seus proprios 140 caracteres...náo vejo problema algum nisso. Mas realemtne vira polemica.
Eu concordo em partes disso tudo. Acho sim, que não devemos ser tão dependentes de qq pessoa ou coisa.
Em relação ao casamento, hoje em dia as mulheres estão muito mais independentes, justamente pelo lugar que alcançou no mercado de trabalho.
Lá em casa é um pouco assim. Por eu sempre querer ser independente por natureza e até criação, confesso que isso me cansa as vezes, sabe? Gostaria mtas vezes de ser mais paparicada e mimada no sentido de ter alguém rpa resolver as coisas pra mim, se preocupar por mim, etc.
O segredo é achar um meio termo pra isso tudo!
bjks
Flavia
Concordo com você em gênero, número e grau. [2]
Acho que casamento é companheirismo. Ninguém pode ser dependente de ninguém. Penso inclusive que nós, mulheres, temos que trabalhar sim, pois homem quando vai embora é a gente que se ferra. Tenho muitos exemplos assim na família e por isso sempre busquei minha independência. Todos dentro de casa temos que nos ajudar.
Polêmico mesmo esse post. Imagina no twitter, rsrsrs
Conheci seu blog hj, já estou seguindo.
Beijos!
Nine
www.minhapequenaisis.blogspot.com
www.nafronteirasul.blogspot.com
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